

NORA ROBERTS
A polêmica superprodução de obras:
Talento ou escritores fantasmas?
Por Glau Tambra
15/03/2020
Salve, salve, galera! Vamos para um papo reto?
Você já deve ter ouvido falar da Eleanor Marie Robertson, conhecida como Nora Roberts, a rainha do romance, um fenômeno de livros publicados no meio literário e minha musa inspiradora na escrita. Dona de várias premiações, foi a primeira autora a figurar o Hall da Fama do Romance Writers of America, seus títulos ficaram 176 semanas no primeiro lugar dos mais vendidos do The New York Times.
Com mais de 200 títulos publicados e aproximadamente 400 milhões de cópias vendidas ela é um verdadeiro prodígio. E devido a enorme produtividade da autora, Nora é alvo de críticas e especulações. Desde fóruns de leitores até resenhas na Amazon, os comentários – que não são poucos – referem-se à utilização de ghostwriters (escritores contratados para escrever as histórias no lugar de autores aclamados) pela autora. Nora Roberts já se pronunciou sobre as críticas e respondido diversas vezes sobre isso, declarou que é ela mesma quem escreve seus livros, afirma ainda respeitar seus leitores. Enfim, ela deve saber que não dá para agradar todo mundo mesmo.

Nora deu uma nota para o site Fall Into The Story esclarecendo alguns pontos de sua rotina, no intuito de desmistificar essa imagem "negativa" sobre sua produção fora do normal.
Devido a todas as ofensas e insinuações dirigidas à autora, a conclusão que se chega é que escrever muito e/ou publicar muitos títulos ao ano tornou-se um problema. Por esse motivo, Nora Roberts, adotou vários pseudônimos, J. D. Robb – sugestão de sua editora para a série Mortal, Jill March e Sarah Hardesty para publicações no Reino Unido.
A impressão que se tem é que a carreira de escritor é envolvida numa aura mística marcando os trabalhos que envolvem processos criativos. O momento em que a inspiração surge e tudo flui e fica magicamente pronto. Ledo engano, o processo de escrita não é assim devido os bloqueios criativos e à procrastinação. Para evitar esse tipo de situação, os autores consagrados aconselham a levar a escrita como algo profissional ou um trabalho formal. Definir horário e estabelecer rotinas. E Nora Roberts já declarou trabalhar entre pesquisas e rascunhos mais de oito horas por dia. Um conselho da autora é “escreva, escreva, escreva – sem desculpas. Você não encontra o momento, você deve criar o momento”.

Algumas das dezenas de obras da autora
Na criação das suas histórias, percebe-se que Nora utiliza temas recorrentes, porém, com uma narrativa padrão que sempre funciona no final – estilo hollywoodiano.Os livros mais antigos traduzidos pela Harlequin (as séries O’Hurley ou a McGregor, por exemplo) são escritos num estereótipo masculino mais dominador/protetor, o pai sendo o provedor e assim por diante. Desde então, a construção das personagens se atualizou em representações diferentes. Atualmente suas personagens possuem grandes estruturas simbólicas com temáticas que giram em torno do amor, da morte, heranças, casos policiais, magia, sobrenatural com direito a fantasmas.Os arquétipos possuem heróis ou heroínas comuns e que fazem parte do inconsciente coletivo. O romance é protagonizado por homens e mulheres em papeis igualitários, sem dominação por parte de um dos lados. A mulher sempre representada por uma protagonista forte, que não espera ser salva, vai à luta e conquista seu lugar no mundo.
E Nora Roberts tem se aventurado nos vários gêneros do romance desde o sobrenatural até distopia.

Além dessas obras intensas e maravilhosas, eu admiro muito a autora porque ela criou em 2001 a The Nora Roberts Foundation para apoiar organizações que promovam e incentivem a alfabetização, a arte e esforços humanitários.
E agora, vocês já podem dizer como reagem a críticas em relação a seu trabalho de escrita?Independente de qual seja sua situação, não se deixe limitar por nada e siga o conselho de Nora, a rainha do romance: "Escreva, escreva, escreva".